sábado, 24 de janeiro de 2015

Para discutir o Conservadorismo que se apresenta na Universidade Federal de Sergipe.

Nas eleições para o Diretório Central dos Estudantes da UFS deste ano um fato estranho tem chamado a atenção da comunidade acadêmica: uma chapa declaradamente conservadora disputará os votos estudantis, apoiada pela Juventude Conservadora de Sergipe (Integralista). Denominamos estranho diante do histórico político da UFS, berço de disputas no campo progressista e de resistência no nosso estado.
O conservadorismo no Brasil pode ser entendido num espectro bastante amplo (mais brando ou extremista) e em diversos setores da sociedade, entre religiosos, militares, monarquistas, fascistas/neo-nazistas, nacionalistas, integralistas e em partidos políticos.
Não é novidade a existência conservadora no Brasil, tanto na apresentação política institucional quanto nos valores. Embora os conservadores versem frequentemente sobre valores da sociedade, no Brasil entendemos como conservadores aqueles que através do comportamento e dos valores construíram uma maquiagem retórica de “nação” integrada sobre uma realidade concentradora, segregacionista, racista, patrimonialista e elitista.
Com a ascensão do nazismo na Alemanha e do fascismo na Itália, o Brasil recebeu influências diretas destas idéias entre os anos 20 e 30. Sua maior concentração aconteceu no estado de São Paulo e em municípios da região sul de marcada influência alemã e italiana. Os integralistas, por exemplo, tiveram seu auge dando sustentação inicial ao governo Vargas.
Em geral as últimas experiências conservadoras expressivas enquanto projeto de poder aconteceram durante os governos militares a partir do golpe de 1964. Sob a propaganda anticomunista, todas as parcelas conservadoras (exclusivamente das elites) se envolveram ativamente na sustentação do golpe. As famosas Marchas da Família com Deus pela Liberdade denunciavam o caráter progressista do governo João Goulart, que paradoxalmente não era comunista, mas sim defensor de reformas soberanas e nacionalistas: Reforma Urbana, Agrária, Educacional, Fiscal e Eleitoral. Neste ato, os Golpistas apresentaram ao Brasil a mentira que havia por trás do discurso patriota e nacionalista, demonstrando assim o caráter subserviente da burguesia brasileira perante as economias centrais, neste caso os EUA que não só contribuiu como arquitetou e financiou golpes em toda America Latina.
É importante lembrar que o espaço religioso e militar naquele momento não era monolítico como fazem crer determinadas fontes históricas. Nos primeiros anos da ditadura, com as políticas de Depuração das Forças Armadas, mais de mil militares foram afastados, assim como cerca de dois mil marinheiros “rebeldes”. Entre os religiosos, diversos padres, freis e freiras que optaram contribuir com as lutas urbanas e camponesas pagaram com a vida.
O movimento estudantil majoritariamente participou da resistência heróica pela liberdade e mudanças para o povo brasileiro. A União Nacional dos Estudantes foi incendiada e com a lei Suplicy de Lacerda colocada na ilegalidade. Os estudantes responderam com coesão em inúmeras manifestações, uma delas foi a greve que paralisou a USP em 1965 com mais de sete mil estudantes. Já em 66 a UNE demarca forte oposição aos acordos estabelecidos entre o Brasil e os EUA, na educação fizeram a partir do MEC, o conhecido acordo MEC-Usaid.
No campo artístico, um dos mais emblemáticos, guardamos com muito orgulho as canções, peças e atos de liberdade. Os períodos de censura institucional atentavam para toda manifestação opositora e/ou suspeita. Com o Ato Institucional nº5 (AI-5/1968-1978), cerca de 500 filmes, 450 peças, 200 livros e mais de 500 letras de música sofreram veto. Sob pretextos vagos e até absurdos lacravam obras com argumentos como: “atentado à moral e aos bons costumes” e “conteúdo subversivo”.
Passado os anos de chumbo um novo clima passa a predominar na sociedade brasileira que clamava mudanças e reabertura política, a partir daí sai de “moda” identificar-se enquanto conservador e/ou direitista.
Logo os anos 80 são terminados com um clima progressivo por mudanças, movimentos grevistas e estudantis, por direitos trabalhistas e democracia. Porém tivemos uma mudança não tão profunda quanto pediam as ruas. Enquanto na America Latina os militares envolvidos em Golpes responderam na justiça, no Brasil guiaram uma transição pacífica que permitiu a impunidade e influências na política através das indicações, já que não tivemos uma nova Assembléia Constituinte eleita sem os dedos dos militares.
Os anos 90 então inauguram outro momento político com a chegada da proposta neoliberal em toda América Latina, que em determinados aspectos divergem dos conservadores clássicos.  O principal conflito entre eles reside na questão do papel do estado, que os liberais propõem de forma reduzida com total predominância do Mercado Capitalista Especulador na gerência dos rumos do país, enquanto os conservadores propõem um estado forte. A proposta neoliberal apresentada nos governos FHC foi a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), cujo objetivo seria selar o Consenso de Washington, que foi um conjunto de medidas elaboradas em 1989 pelos EUA (FMI, Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos), com as seguintes receitas para os países subdesenvolvidos: Disciplina fiscal; Redução dos gastos públicos; Reforma tributária; Juros de mercado; Câmbio de mercado; Abertura comercial; Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições; Privatização das estatais; Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas) e Direito à propriedade intelectual. Para o economista coreano Ha-Joon Chang, o Consenso de Washington teria sido uma espécie de "armadilha" criada, na década de 1980, pelos países desenvolvidos para impedirem que os países subdesenvolvidos e, em especial, aqueles que estavam emergindo do bloco comunista, conseguissem atingir os mesmos níveis de desenvolvimento do então Primeiro Mundo.
As correntes conservadoras na política (fascistas ou não) perderam popularidade e capacidade de propor projeto de país, restando apenas o discurso dos valores familiares, direitos civis, religiosidade, etc. Mas há de se destacar que o pensamento conservador disperso em vários aspectos da vida social tem predominância entre o povo brasileiro, sobretudo entre os mais pobres, porém os mesmos não se identificam com o programa direitista que na sua composição é extremamente elitista, racista e concentrador.
Os anos 90 se passaram em toda América Latina sem que víssemos jovens levantando cartazes pró-intervenção militar ou qualquer outra manifestação, ou seja, os conservadores embora não apresentem programa claro se associam ao bloco neo-liberal e sentem-se contemplados com as garantias da “ordem e bons costumes”. Nestes anos vimos a sociedade organizada na trincheira da resistência, contra as privatizações (como a da Vale do Rio Doce) e perda de direitos. Nas universidades, tínhamos inúmeras greves anualmente, que praticamente impediram a privatização do ensino superior. As demissões, desvalorização do salário mínimo, miséria e desemprego levou o povo a apostar num ciclo de governos progressistas em toda America Latina. Um dos exemplos mais emblemáticos foi o primeiro operário chegar à presidência do Brasil e em países como a Bolívia um indígena também alcançar o palácio.
Os estudantes universitários em sua maioria votaram no presidente Lula contra o trauma neoliberal, porém diversas divisões aconteceram diante algumas medidas contraditórias ou ausência de grandes medidas estruturantes que a esquerda esperava. Contudo, principalmente no decorrer do segundo mandato do governo Lula, os impactos das políticas sociais e de expansão do ensino atraíram popularidade ao presidente e ódio dos conservadores. Um bom exemplo tivemos no segundo semestre de 2008 quando foi aprovado o Programa de Ações Afirmativas da UFS (Paaf), a votação que ocorreu no CONEPE contou com apenas dois votos contrários. O programa foi inaugurado no vestibular 2010 prevendo 50% das vagas para estudantes de escolas públicas. Dessa parcela, 70% foram destinadas a estudantes negros, pardos e índios. O programa previa 10 anos de duração, mas após os primeiros cinco anos seria (foi) feita uma avaliação junto com uma comissão de monitoramento.
Naquele momento de calmaria política o fato não gerou grandes polêmicas, como ocorrera em outras universidades. Na UFRGS, por exemplo, o tema gerou debates tensos na sociedade, inclusive fazendo brotar manifestações neonazistas dentro e fora da Universidade. Porém, no ano da entrada das primeiras turmas foram colhidas as primeiras manifestações sociais que demonstraram as raízes da elite brasileira e sergipana e inclusive o seu poder de reação frente ao jogo político.
Desde a ditadura militar a direita organizada não adentrava os muros das Universidades Públicas que mantinham os principais focos do pensamento progressista e de esquerda. Mas em 2010 uma parcela importante dos representantes das escolas particulares do estado de Sergipe canalizaram um movimento ofensivo de deslegitimação do Paaf, taxando-o de injusto, inconstitucional, separatista e outros argumentos que, como sempre faz a elite, maquiam os reais interesses político-econômicos da sua classe. Até porque na UFS não houve redução de vagas, porque ao mesmo tempo em que se destinou 50% das vagas para cotistas foram dobradas as ofertas com a política de expansão.
Neste momento não houve nenhuma manifestação do movimento estudantil, negro, secundarista, docente, dos servidores e partidos de esquerda em geral. Uma parte não se movimentou porque há tempos havia institucionalizado-se de tal forma que as lutas sociais não eram mais do que pano de fundo para porta-retratos. Outra parte também não se movimentou porque fazia oposição sistemática ao Governo Federal e dessa forma descuidaram dos reacionários de pijama.
Naquele período, tínhamos, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), 8,72% de estudantes negros no ensino superior. Apesar de pequeno, houve um crescimento equivalente a 47,7% com relação aos números de 2003, que eram inferiores a 6%. No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens (entre 15 e 29 anos) e destes apenas 15% têm acesso ao ensino superior (entre 18 e 24 anos).
A História do Brasil não esconde que o caminhar da nossa burguesia sempre conservou características concentradoras e dependentes, não por acaso estivemos atrás inclusive das colônias contemporâneas da América Espanhola no que diz respeito ao ensino. A América Latina precocemente formou, do México ao Chile, suas primeiras instituições de ensino superior ainda no fim do século XVI, quando no Brasil este fenômeno aconteceu somente em 1808. Para ressaltar a fragilidade, basta observar que a instalação da primeira prisão brasileira é mencionada na Carta Régia de 1769, que manda estabelecer uma Casa de Correção no Rio de Janeiro; já o ensino obrigatório foi autenticado em 1854. Mas a parcial universalidade dessa lei o tornava frágil, já que ao escravo não havia esta garantia. Esta foi a oferta para nossa juventude trabalhadora.
Nossa burguesia nunca tolerou mártires populares, reformas estruturantes, ciclos democráticos e perda de qualquer migalha de poder.
Nos dias de hoje a juventude se encontra dispersa, com pouca referência em organizações sociais e com forte crítica ao modo como se faz política. Em 2013, milhares de jovens foram às ruas reclamar melhores condições para o cotidiano dos estudantes e trabalhadores, começando pelo transporte público. Deste marco para frente as manifestações foram difusas, demonstrando que havia um rechaço à política tradicional de forma generalizada, solicitando do governo atual maiores providências para as grandes cidades e, ao mesmo tempo, descartando a proposta neoliberal clássica (já que pediam mais estado). Neste contexto surgiram grupos de todas as matizes, inclusive a volta incisiva de grupos que solicitam intervenção militar e grupelhos neonazistas que atacam e demonstraram até as eleições presidenciais um forte sentimento racista, xenófobo contra nordestinos e homofóbico.
Este é o contexto da volta dos conservadores jovens!
O que eles dizem? Queremos ordem, família, pátria, valores, cura-gay e militares no poder, mas não tocam em temas como desigualdade, concentração fundiária e especulação imobiliária. Estes jovens praticam a velha fórmula da novidade inventiva da roda, com propostas genéricas a favor do bem – até porque ninguém confessa querer o mal. Dizem representar todos os brasileiros, onde não existiria classes, racismo, preconceito e injustiças estruturais, bem como lembra o guru dos conservadores integralistas Plínio Salgado: A burguesia é um estado de espírito! Segundo ele, o sofrimento do povo também é uma invenção e a igualdade irmã produzida no Brasil é atrapalhada por quem prega a ficção de classes sociais.
Eles dirão: Queremos Pátria, “BraZil”, Família, Ordem, Deus (somente o de olhos azuis), Cura-gay, um DCE para todos e apolítico (sabe-se lá o que é apolítico!). E em breve convocarão a reedição da marcha da família, mas dessa vez as dondocas não contarão com Hebe Camargo. E as periferias? Ah... As periferias e pobres, pura ficção, estado de espírito conservado e prensado no circular cidade.


Levante Popular da Juventude / Sergipe

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Carta de Solidariedade ao Povo Palestino



"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”
Che Guevara

A luta por uma sociedade justa, igualitária e solidária é uma necessidade e também uma esperança, capaz de unir todos oprimidos e explorados do mundo. Do outro lado da trincheira estão aqueles, poucos, detentores do poder econômico e militar, que sempre usarão da força para sufocar qualquer movimento de contestação do sistema e da ordem vigente.

A última investida israelense na faixa de Gaza já contabiliza mais de 1.302 mortos e 7.000 feridos, com uma grande parte de mulheres e crianças. O histórico do conflito entre Israel e Palestina demonstra que nunca houve guerra em pé de igualdade, e sim massacre ao povo, a cultura, a liberdade do povo palestino.

            Compreendendo a necessidade de expressar a solidariedade, os movimentos que assinam esta carta realizaram, no dia 28 de julho, um ato de apoio ao Povo Palestino, tendo como síntese esta carta.

Palestina Livre!

Assinam esta carta:
      • Associação Sergipana de Hip-Hop – Aliados Pelo Verso - ALPV
      • Consulta Popular
      • Coletivo de Diversidade Sexual Mão Roxa
      • Coletivo Quilombo
      • Diretório Central dos Estudantes- DCE/UFS
      • Levante Popular da Juventude
      • Movimente Fora da Ordem
      • Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra – MST
      • Marcha Mundial das Mulheres
      • Movimento Organizado dos Trabalhadores Urbanos
      • Movimento dos Pequenos Agricultores


segunda-feira, 7 de julho de 2014

Levante Popular da Juventude Sergipe vai às ruas por uma nova Constituinte

Cerca de 300 pessoas foram as ruas de Aracaju hoje para dialogar com a sociedade e colocar o debate da necessidade de uma nova constituinte para a população. A ação aconteceu no centro da cidade, com inicio na Praça General Valadão, e percorreu todo o calçadão da João Pessoa em direção à Fausto Cardoso. Participaram do ato diversas movimentos sociais e o Levante estava lá para afirmar as pautas da juventude e somar com os outros momentos, porque se compreende que a luta é uma só: uma reforma politica que coloque o poder verdadeiramente nas mãos do povo 

Além de reivindicar uma nova Constituinte Exclusiva e Soberana que represente o povo brasileiro, o ato foi um momento para denunciar o financiamento privado de campanhas politicas, que gera um clico de corrupção e matem no poder um pequeno grupo que não representa os interesses da população. Após eleitos, esses políticos não cumprem o seu papel enquanto representantes do povo, mas sim enquanto defensores de empresas que visam apenas o lucro.

Por isso, ao final do ato o Levante Popular foi  à porta do Banco Itaú, responsável pelo financiamento de campanha de diversos políticos. Fomos denunciar também a posição do Banco Itaú em relação à ditadura militar brasileira, momento de nossa história que oprimiu, torturou e matou homens e mulheres por todo o país. O Itaú avaliou recentemente o golpe militar de 64 como uma revolução, mas sabe-se muito bem que o que aconteceu passou muito longe disso.


O que temos atualmente é uma constituinte que sustenta no poder uma minoria que não defende os interesses do povo. Hoje (07), nacionalmente os movimentos sociais foram às ruas para denunciar essa realidade, apenas uma reforma profunda pode mudar o sistema politico que temos e por isso é preciso ir às ruas, é preciso mostrar que o povo quer ter voz e essa é a proposta do Plebiscito. Setembro está vindo aí, entre os dias 1 e 7 terão urnas espalhadas para todo o Brasil para que você também dê seu sim. Até lá procure o comitê da sua região, junte-se a essa luta também.



sexta-feira, 27 de junho de 2014

Plebiscito Popular une movimentos sociais, sindicatos e independentes em Aracaju

Ontem (26), aconteceu na sede do SINDISAN a Plenária Estadual do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O Levante Popular da Juventude esteve presente e, em conjunto com outros movimentos sociais, sindicatos e cidadãos independentes, foram traçadas as próximas metas do comitê estadual do Plebiscito Popular para ampliar o debate da necessidade de uma constituinte soberana e exclusiva que represente o povo brasileiro. O espaço foi cheio, contando com cerca de 150 pessoas e além do debate rolou também muita música e alegria, não poderia ser diferente na luta popular. 

No espaço foi possível perceber a visão de várias frentes diferentes de luta, ressaltando nas falas de cada organização presente a importância da reforma política. Ao olhar para junho e julho de 2013 lembramos de uma juventude que foi às ruas gritando a urgência por mudanças em vários setores (saúde, educação, transporte público) e a insatisfação com o sistema político atual que nos apontou para uma tarefa maior: modificar esse sistema político que temos hoje, o que dará suporte para o avanço de conquistas nestes e nos mais variados setores. É nesse contexto que a luta por uma nova constituinte surge, visando a necessidade de deixar para trás uma Constituição que até hoje carrega traços da Ditadura Militar Brasileira.


Em fevereiro desse ano ocorreu em São Cristóvão o I Curso de Formação de Formadores do Plebiscito Popular e de lá para cá o que se avalia é que o debate da luta pela Constituinte tem sido levado a vários lugares, se fortalecendo e gerando novos espaços de discussão a cada novo lugar que atinge. É só com uma mudança radical no sistema político que temos hoje que o povo conseguirá pautar suas demandas, deixando para trás uma cultura política que só abre espaço à participação popular através do voto, em período eleitoral. 

A diversidade do povo brasileiro precisa refletir nas decisões políticas tomadas no país, mostrando que aqueles que hoje são categorizados de "minorias" - como a mulher, o jovem da periferia, o trabalhador do campo - são muito maiores e precisam ter sua face representada verdadeiramente. É preciso ressaltar também o papel fundamental da organização da juventude que historicamente protagonizou diversos ganhos ao ir às ruas. 

O que fica é a necessidade do Plebiscito Popular e da luta pela Constituinte em ultrapassar os muros das centrais sindicais, movimentos sociais, universidades, escolas, associações; chegando assim a todo o povo, pois é dele que essa nova Constituinte deve ser. Daqui para a votação, que ocorrerá entre 1 e 7 de Setembro, terá muita luta e formação, fica então o compromisso em ampliar e massificar o debate, trazendo cada vez mais gente para os espaços, pois a luta é de todos nós.


sexta-feira, 21 de março de 2014

Levante Popular da Juventude Sergipe realiza ato no centro de Aracaju

Nesta manhã (21), o Levante Popular da Juventude realizou, no centro da cidade de Aracaju, o ato em defesa da implantação da Universidade Estadual de Sergipe e de melhorias no transporte público. Ao ocupar a ruas com a batucada e intervenções urbanas, os militantes ressaltaram demandas que afetam diretamente não só a juventude, mas toda a população do estado. Em seu percurso, passou pela Assembléia Legislativa e na Câmera de Vereadores. 

O ato foi uma construção coletiva dos participantes do I Acampamento Estadual do Levante, que iniciou na quinta feira (20) e se estende até o domingo. Contando com a participação de cerca de 150 jovens do campo e da cidade, o acampamento tem como objetivo debater a realidade da juventude refletindo questões específicas em suas diferentes conjunturas. Esse é o espaço para pensar a exclusão na tomada das decisões sociais e o quanto eles afetam a sociedade. 

 Exigindo dos nossos parlamentares mais oportunidade de acesso na educação pública, foi ressaltado que Sergipe é o único estado do nordeste que não a possui uma Universidade Estadual numa realidade que apenas 14% da juventude têm oportunidade de ingressar no ensino superior. Na pauta da educação também estava foi reivindicada a convocação de todos os professores aprovados no último concurso público, assim como um protesto ao fechamento das escolas públicas do interior do estado. 

 Levando a pauta do transporte público para as ruas, exigia-se a aprovação do projeto de Lei nº136/2012. A lei que implanta a meia passagem intermunicipal para os jovens que residem no interior do estado, facilitando o acesso daqueles que não tem instituições de ensino próximo a suas casas, está engavetada na Assembléia Legislativa há dois anos. Defendia-se também o cumprimento da lei orgânica municipal (Artigo 335), que destinaria 66,6% de desconto para estudantes de escola pública e contra o reajuste proposto pelo Setransp. 


É preciso esclarecer à população a lógica obscura por trás dos aumentos da passagem, eliminando a falta de transparência para com os usuários. Na ultima semana estava marcada uma audiência publica para debater o tema, mas foi boicotada sem nenhuma justificativa à população. Dessa forma, o Levante Popular da Juventude exige que essa audiência seja remarcada para que os assuntos sejam esclarecidos à população.